Polícia identifica suspeito de atirar na cabeça de jovem no Réveillon por causa de pisão no pé
04/01/2025
A morte cerebral de Kauan foi confirmada nesta sexta-feira (3). Família de jogador de futebol baleado após pisar no pé de traficante decide doar órgãos do rapaz
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense aponta Márcio Lucas Rosa de Sousa, de 31 anos, como sendo o traficante que baleou um jogador de futebol de 18 anos no Réveillon. A polícia afirma que o homem tem condenações por tráfico e roubo e estava em liberdade desde de janeiro de 2024.
A polícia investiga a versão de que "De Ferro" teria sido morto pelo tribunal do tráfico após a repercussão do que aconteceu com Kauã Galdino Florêncio Pereira. O jovem pisou no pé do traficante, pediu desculpas mas ainda assim foi baleado na cabeça. Ele teve morte cerebral.
Segundo a polícia, Márcio cumpriu 8 anos de prisão por tráfico e roubo. A identificação foi possível através do uso de software de reconhecimento facial pelo Instituto de Identificação Félix- IIFP da Secretaria de Polícia Civil.
As investigações seguem para localizar o paradeiro do suspeito e a Delegacia de Homicídios ainda considera a hipótese de que ele tenha sido morto, mesmo que o corpo ainda não tenha sido encontrado.
A família de Kauã optou por doar os órgãos do rapaz. A captação deve acontecer ainda neste sábado (4).
'Tinha dois sonhos: ser jogador e paraquedista'
Ainda antes de saber da morte do filho, o motorista de aplicativo Renato Pereira, fez um desabafo. Ele lembrou dos últimos momentos em que esteve com o filho e contou que, no primeiro minuto de 2025, Kauan recebeu uma mensagem do Exército, onde havia se alistado, indicando que ele iria para uma Brigada de Infantaria Paraquedista.
“Ele passou a virada com a gente. Quando entrou 2025, ele recebeu uma mensagem no telefone dizendo que ele iria para um batalhão para ser paraquedista. Meu filho começou a dançar e pular de alegria. Ele tinha dois sonhos: ser jogador e paraquedista”, contou Renato.
Ainda de acordo com o pai, por volta das 3h, o filho foi para a casa de um tio materno e de lá seguiu para um baile.
“Como ele é jovem, emocionado, ele disse que iria para a casa do parente dele. Eu ainda pedi: ‘Meu filhinho, não vai. Não vai, por favor’. Mas ele é jovem. Ele foi. Depois, bateram lá no portão de casa dizendo que o meu filho tinha sido baleado. Eu saí desesperado e fui para a UPA (de Queimados). Cada um fala uma coisa, mas ninguém sabe de fato o que aconteceu. O que sabemos é que o bandido deu um tiro à queima-roupa no meu filho. Atirou num menino estudioso. Fizeram uma covardia com um menino que é bobão, quieto, que só tinha tamanho.”
Polícia investiga se traficante que teria atirado foi morto
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) vai investigar se o traficante 'Testa de Ferro', suspeito de atirar em Kauan, foi morto por determinação do Comando Vermelho (CV).
Testa de Ferro seria chefe do tráfico de drogas da comunidade São Simão e teria disparado contra o rapaz após um desentendimento por conta de um pisão no pé.
O g1 e a TV Globo apuraram que os chefes da facção criminosa teriam se irritado com a decisão do traficante e, para evitar "problemas", teriam determinado a execução do criminoso.
O traficante 'Testa de Ferro' (à esquerda) é suspeito de atirar no jogador amador Kauan Galdino (à direita), na noite do réveillon.
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