PMs que abordaram jovens negros no Rio e filho do embaixador do Gabão devem ser ouvidos nesta quinta-feira

  • 11/07/2024
(Foto: Reprodução)
Policiais vão prestar depoimento à tarde, na Delegacia de Atendimento ao Turista, no Rio. Já o jovem deve ser ouvido por videoconferência, em Brasília, com a presença de advogados, psicólogos e representantes do Itamaraty. PMs apontam armas para filhos de diplomatas estrangeiros negros durante abordagem no Rio Após uma semana de negociação, a polícia deve ouvir nesta quinta-feira (11) o filho do embaixador do Gabão, um dos jovens negros revistados pela Polícia Militar, na semana passada, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Os termos, no entanto, foram acordados pela família do jovem. O depoimento está marcado para acontecer em Brasília, por videoconferência, a partir das 10h, por investigadores da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) e da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), e contará com a presença de representantes do Itamaraty, advogados, psicólogos e um policial especializado nesse tipo de caso. Alem dele, os dois policiais militares que abordaram os filhos de diplomatas estrangeiros também serão ouvidos, no Rio. Na tarde desta quarta-feira (10), o governador do Rio, Cláudio Castro, afirmou que houve um julgamento precipitado das autoridades federais sobre o caso. O caso é investigado pela Corregedoria da PM, que avalia a conduta dos agentes, e pela Polícia Civil, que apura se houve racismo. Pela manhã, o Itamaraty afirmou que enviou um ofício ao Governo do Estado sobre o assunto. "Ele [o Itamaraty] enviou depois. Mas quando eles querem, eles ligam. Enviar um ofício posterior não quer dizer nada depois de ter avacalhado a polícia. Totalmente dispensável o ofício deles", disse Castro. O g1 procurou o Itamaraty, que informou que não vai comentar a declaração de Castro. O governador afirmou que não vai "crucificar" os policiais envolvidos no caso, e que uma investigação apontará o que ocorreu. "Eu vou cobrar uma investigação séria e isenta. Se for constatado que exageraram vão ser punidos dentro do que é previsto neste tipo de erro." Castro afirmou que o contato com o Ministério das Relações Exteriores poderia ter sido diretamente, por meio de um telefonema. "Todos têm meu telefone. Aconteceu e, antes de dar a declaração, liga. Essa é a postura. Depois de achincalharem a polícia, mandaram ofício. Perderam tempo em mandar ofício", completou o governador. ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. Relembre a abordagem PMs abordam jovens filhos de diplomatas no Leblon Reprodução No último dia 3, 2 PMs abordaram 4 jovens, filhos de representantes do Canadá, Gabão e Burkina Faso, na Rua Prudente de Moraes. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que os policiais apontam armas para os adolescentes negros, acompanhados de 2 garotos brancos, brasileiros (veja acima). Os diplomatas consideraram a ação truculenta. O embaixador do Gabão no Brasil, Jacques Michel Moudouté-Bell, apontou racismo na abordagem. Ele, pessoalmente, reclamou ao Itamaraty. Por conta disso, o governo federal exigiu que o Rio de Janeiro fizesse uma apuração rigorosa e responsabilizasse adequadamente os policiais. Castro, porém, afirmou não ter sido procurado formalmente por algum representante do Itamaraty. “Eles não entraram em contato. Preferiram botar nota pública antes de saber o que aconteceu. Isso é uma coisa que a gente tem que tomar cuidado. Atacar a polícia sem de saber o que aconteceu é muito fácil. Espero que, por parte do Itamaraty e do Ministério [das Relações Exteriores], eles tenham mais respeito e mais consideração pela Polícia Militar. Quando os filhos deles estão aqui, quem vai defender é a polícia. Atacar a polícia sem ao menos ligar antes para dialogar?”, declarou o governador. “A gente tem que tirar a política disso e começar a entender que aqui se faz segurança pública. A polícia está aqui para defender o cidadão. Se ela errar, ela será corrigida, dentro do erro. A gente não vai crucificar um policial que está lá fazendo o seu trabalho. Eu espero que o Ministério e o Itamaraty tenham mais zelo antes de sair fazendo crítica pública à polícia”, emendou.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/07/11/depoimento-pms-que-abordaram-jovens-negros-no-rio.ghtml


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