Após escândalo dos órgãos com HIV, diretoria da Fundação Saúde pede demissão, e Cláudio Castro confirma exoneração

  • 21/10/2024
(Foto: Reprodução)
João Ricardo da Silva Pilotto encabeça a lista das dispensas. TV Globo mostrou outros contratos com suspeita de irregularidades. Diretoria da Fundação Saúde pede demissão, e Cláudio Castro confirma exoneração A diretoria da Fundação Saúde, empresa pública do governo do estado responsável pelo contrato com o PCS Lab Saleme, colocou os cargos à disposição de Cláudio Castro (PL). O Blog apurou que o governador aceitou a demissão da cúpula e determinou a exoneração de todos nesta segunda-feira (21). A demissão em massa ocorre cerca de 10 dias depois de o escândalo dos órgãos com HIV liberados para transplante ter sido revelado. Segundo o governo do estado, o PCS Lab Saleme foi contratado em dezembro do ano passado por R$ 11 milhões para fazer a sorologia de órgãos doados. Na semana passada, a Polícia Civil decidiu desmembrar o procedimento que apura os falsos laudos e instaurou um novo inquérito para investigar a contratação da empresa. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que também vai apurar como foi esse processo. João Ricardo da Silva Pilotto ocupa o cargo mais alto da Fundação Saúde Reprodução/TV Globo João Ricardo da Silva Pilotto encabeça a lista das dispensas. Serão trocados os seguintes setores: diretoria executiva; diretoria administrativa e financeira; diretoria de recursos humanos; diretoria de planejamento e gestão; diretoria técnico-assistencial; diretoria jurídica. Relação com ex-secretário O laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS Lab Saleme) tem como um dos sócios Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira. Ele é primo do ex-secretário de Saúde Doutor Luizinho, deputado federal e líder do Progressistas na Câmara dos Deputados. Outro sócio do laboratório é Walter Vieira, casado com a tia de Luizinho. Os dois chegaram fazer campanha para Doutor Luizinho em eleições passadas. O laboratório foi contratado 3 meses depois da saída de Doutor Luizinho da secretaria. A irmã dele, Débora Lúcia Teixeira, trabalha na Fundação Saúde. O deputado foi secretário de Saúde de janeiro a setembro de 2023. Entre 2022 e 2024, o laboratório recebeu quase R$ 20 milhões em pagamentos, de acordo com dados do Portal da Transparência. Transplante com infeccção de HIV: polícia prende mais uma funcionária de laboratório no RJ Pilotto + Matheus A TV Globo mostrou ainda que Pilotto já fez negócios com Matheus Vieira. Uma firma de Pilotto, a Dimagem Diagnóstico, contratou uma outra empresa de Matheus, a Quântica Serviços de Radiologia. O objetivo eram serviços técnicos de radiologia e diagnóstico por imagem. O contrato foi assinado em novembro de 2021, com prazo até o fim de 2022. Nessa época, Pilotto já era diretor da Fundação Saúde. À Receita Federal, Matheus declarou que a filial da Quântica ficava em um endereço em São Gonçalo. No mesmo local, funciona a sede da Dimagem, empresa de Pilotto. Milhões sem contrato Outra reportagem do RJ2 revelou que um laboratório que presta serviços para a Fundação Saúde e que já recebeu R$ 5 milhões do governo do RJ tem, segundo um documento, o mesmo endereço da sede do PCS Saleme. Além disso, a empresa também tem ligações com a família do ex-secretário Dr. Luizinho. O LLR Médicos Associados usou em uma proposta obtida pelo RJ2 a foto de um laboratório que está em um site da Nova Zelândia em uma notícia publicada sobre um hospital da Polônia em 2010. Na verdade, porém, funciona em um apartamento em Higienópolis, no subúrbio do Rio. O outro endereço fornecido para a Receita Federal fica na Travessa Quaresma, número 30, sala 101, no Centro de Nova Iguaçu. O prédio comercial fica em frente à sede mais conhecida do Laboratório PCS-Saleme. Só que o PCS também aluga salas no próprio prédio do LLR, segundo um documento. O registro mostra que o PCS-Saleme declara ao próprio governo funcionar no mesmo endereço, da sala 101 a 106, ou seja, incluindo a sala 101, onde funcionaria a LLR. Dos R$ 5,2 milhões que o LLR já recebeu da Fundação Saúde, a maior parte – R$ 3,6 milhões, foi sem contrato. O endereço não é o único elo entre a LLR e o PCS. O dono da empresa é Fabricio da Silva Rocha. Ele é um técnico de laboratório e raios-x, cuja ascensão meteórica coincide com sua parceria com Matheus Teixeira Vieira, dono do PCS e primo do ex-secretário de saúde, Doutor Luizinho. Fabricio e Matheus são sócios na empresa Quântica Serviços de Radiologia. Foi pela Quântica que os dois fizeram negócios com Pilotto. Mesmo endereço E 2 empresas da família de Pilotto têm endereço registrado no mesmo lugar de outras 2 empresas que receberam juntas mais de R$ 54 milhões da Fundação Saúde. O RJ2 foi até a Rua Dom Walmor, no Centro de Nova Iguaçu, investigar como 2 pequenas salas comerciais abrigam tantas empresas e contratos públicos. Lá funcionam o Centro Médico Dom Walmor e o Palmar Lab. O sócio-administrador dessas firmas é Mário Luiz Mentrop. Juntas, elas já receberam mais de R$ 54 milhões de verba pública da Fundação Saúde. Muitos serviços foram prestados sem contrato, alguns contratos com dispensa de licitação e poucos com pregão eletrônico. No mesmo endereço, foram registradas 2 empresas da família de Pilotto: a Cardioclin Serviços Médicos, que é do filho dele, José Ricardo Pilotto, e a Imagem Diagnóstica 2015, que tem entre as sócias a sobrinha Petra e a cunhada Paula Maria Pilotto. Documentos comprovam que a empresa do filho do diretor executivo da Fundação Saúde funcionava no mesmo endereço de empresas que recebem verba do órgão controlado pelo pai.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/blog/edimilson-avila/post/2024/10/21/diretoria-da-fundacao-saude-entrega-cargos.ghtml


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