Jaguatirica é resgatada gravemente ferida após invadir galinheiro na Região Serrana do RJ
09/05/2025
(Foto: Reprodução) Animal tinha fratura na pata, ferimentos no pescoço e 23 projéteis de chumbo no corpo; ONG suspeita de armadilha usada em caça ilegal. Jaguatirica é resgatada com ferimentos graves em Trajano de Moraes
Uma jaguatirica adulta (Leopardus pardalis) foi resgatada em estado grave após invadir um galinheiro na localidade de Serra das Almas, em Trajano de Moraes, na Região Serrana do Rio de Janeiro, no último dia 15 de abril.
O felino, um macho, apresentava múltiplos ferimentos, incluindo fratura na pata dianteira direita e dezenas de projéteis de chumbo alojados no corpo.
Segundo o Instituto BW (IBW), responsável pelo atendimento veterinário, os ferimentos sugerem que o animal foi atingido por uma armadilha artesanal conhecida como trabuco, equipamento ilegal ainda utilizado na caça de animais silvestres. A maior parte dos projéteis estava concentrada na região ventral da jaguatirica.
A jaguatirica foi resgatada pelo Instituto BW (IBW) em estado grave
Divulgação Instituto BW
A captura foi realizada por moradores, que acionaram a Guarda Ambiental. O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) então solicitou apoio técnico ao IBW, que encaminhou o animal à Base de Estabilização da ONG, em Macaé, a cerca de 84 km do local do resgate.
Após os primeiros cuidados, a jaguatirica foi transferida para o Centro de Reabilitação de Animais Selvagens Praia Seca, em Araruama, onde passou por uma cirurgia para retirada de 23 projéteis. Um fragmento de chumbo ainda permanece próximo ao olho e poderá ser removido em uma nova operação.
Além da fratura, o animal apresentava ferimentos no pescoço causados por espinhos de ouriço. Por ora, ele segue internado, em dieta controlada e sob monitoramento constante.
Imagem do raio x do animal mostra dezenas de projéteis de chumbo espalhados pelo corpo
Divulgação Instituto BW
Como parte do protocolo da ONG, a jaguatirica ainda não recebeu um nome, para evitar vínculo afetivo durante o processo de reabilitação.
Apesar de estar classificada como “Pouco Preocupante” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a jaguatirica é vulnerável a ameaças como desmatamento e caça ilegal.
O Instituto BW reforça que, ao encontrar animais silvestres feridos ou em risco, a população deve acionar a Guarda Ambiental, o INEA ou a própria ONG — e nunca tentar capturar ou manusear o animal por conta própria.
Outros animais silvestres também estão em reabilitação no centro de Araruama, entre eles um mico-leão-dourado paraplégico e fragatas feridas por linhas de pipa.