Caso Marielle: veja os próximos passos da denúncia contra os mandantes do assassinato da vereadora

  • 09/05/2024
Denúncia da PGR é uma acusação formal que, se aceita pela Justiça, tornará réus os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra os acusados de mandar matar a ex-vereadora Marielle Franco deverá ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, se aceita, tornará réus os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. Uma denúncia é uma acusação formal de crimes feita pelo Ministério Público na Justiça. Ou seja, é um pedido de abertura de processo penal que, se iniciado, poderá levar à condenação ou absolvição dos envolvidos. O pedido passa por uma análise inicial, ou seja, o STF deverá decidir se a solicitação de abertura de ação penal será recebida. Pelas regras internas da Corte, antes desta análise, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deverá mandar notificar e abrir prazo para que as defesas dos acusados apresentem sua resposta no prazo de 15 dias. Encerrado o prazo, o relator deve liberar o caso para análise colegiada, que pode ser feita na Primeira Turma (da qual o ministro Alexandre de Moraes faz parte) ou no plenário. Se o Supremo receber a denúncia, o processo penal é aberto. Se entender que o pedido não atende aos requisitos previstos na lei penal, a denúncia será rejeitada. Desta primeira decisão, cabe recurso. Aberta a ação penal, será feita a instrução, com diligências, coleta de provas, depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos réus. A etapa seguinte é a apresentação de alegações finais pelas defesas dos acusados e pela Procuradoria-Geral da República. Encerrada esta fase, o caso poderá ser julgado. Os acusados podem ser absolvidos ou condenados pelos crimes. Se houver condenação, o tribunal vai estabelecer o tempo de pena, analisando as circunstâncias individuais de cada réu. Da decisão de julgamento, também é possível recurso dentro da própria Corte. Ao longo de todo esse processo, a PGR e o STF podem "declinar da competência" em relação a algum dos acusados – ou seja, avaliar que eles não têm foro privilegiado na Corte e, por isso, devem ser processados ou julgados por outras instâncias da Justiça. Suspensão de processo A Constituição prevê a possibilidade de a Câmara dos Deputados suspender o andamento do processo penal contra parlamentares, se a denúncia for recebida. A decisão de suspensão deve ser tomada pela maioria absoluta da Casa, ou seja, por 257 votos. Mas, pelo texto, a medida é válida para crimes ocorridos após a diplomação para o cargo. Em 2018, quando o crime ocorreu, Chiquinho Brazão era vereador. Histórico A denúncia da PGR foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (7). Além dos irmãos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, foram denunciadas outras duas pessoas: Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, que foi assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Vereadora do PSOL, Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro em março de 2018, no Rio de Janeiro. Além da parlamentar, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi atingido pelos disparos e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, ficou ferida.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/05/09/caso-marielle-veja-os-proximos-passos-da-denuncia-contra-os-mandantes-do-assassinato-da-vereadora.ghtml


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